A depressão é um distúrbio afetivo que acompanha a humanidade ao longo de sua história. Há presença de tristeza, pessimismo, baixa autoestima, que aparecem com frequência e podem combinar-se entre si. É imprescindível o acompanhamento médico tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento adequado.

A depressão é uma doença. Há uma série de evidências que mostram alterações químicas no cérebro do indivíduo deprimido, principalmente com relação aos neurotransmissores (serotonina, noradrenalina e, em menor proporção, dopamina), substâncias que transmitem impulsos nervosos entre as células. Ao contrário do que normalmente se pensa, os fatores psicológicos e sociais, muitas vezes, são consequência e não causa da depressão. Vale ressaltar que o estresse pode precipitar a depressão em pessoas com predisposição, que provavelmente é genética. A prevalência (número de casos numa população) da depressão é estimada em 20%, o que significa que aproximadamente uma em cada cinco pessoas no mundo apresenta o problema em algum momento da vida.

São sintomas de depressão:

  • Humor depressivo ou irritabilidade, ansiedade e angústia
  • Desânimo, cansaço fácil, necessidade de maior esforço para fazer as coisas
  • Diminuição ou incapacidade de sentir alegria e prazer em atividades anteriormente consideradas agradáveis
  • Desinteresse, falta de motivação e apatia
  • Falta de vontade e indecisão
  • Sentimentos de medo, insegurança, desesperança, desespero, desamparo e vazio
  • Pessimismo, ideias frequentes e desproporcionais de culpa, baixa autoestima, sensação de falta de sentido na vida, inutilidade, ruína, fracasso, doença ou morte.
  • A pessoa pode desejar morrer, planejar uma forma de morrer ou tentar suicídio
  • Interpretação distorcida e negativa da realidade: tudo é visto sob a ótica depressiva, um tom “cinzento” para si, os outros e o seu mundo
  • Dificuldade de concentração, raciocínio mais lento e esquecimento
  • Diminuição do desempenho sexual (pode até manter atividade sexual, mas sem a conotação prazerosa habitual) e da libido
  • Perda ou aumento do apetite e do peso
  • Insônia (dificuldade de conciliar o sono, múltiplos despertares ou sensação de sono muito superficial), despertar matinal precoce (geralmente duas horas antes do horário habitual) ou, menos frequentemente, aumento do sono (dorme demais e mesmo assim fica com sono a maior parte do tempo)
  • Dores e outros sintomas físicos não justificados por problemas médicos, como dores de barriga, má digestão, azia, diarreia, constipação, flatulência, tensão na nuca e nos ombros, dor de cabeça ou no corpo, sensação de corpo pesado ou de pressão no peito, entre outros.

MINHA EXPERIÊNCIA COM A DEPRESSÃO…

Durante anos fui atormentada por essa doença. Na época não se falava muito do assunto e era difícil fechar o diagnóstico; e para muitos tratavam de pura “frescurite”. Existem graus de depressão e para diagnostica-la é realmente necessário procurar um profissional especializado. Dificilmente cura-se a depressão sem uma medicação adequada, lembrando que a depressão é química e acredito piamente na maioria das vezes, na genética, na pré-disposição.

Sempre brinco dizendo que sou PHD em depressão… síndrome do pânico (esse já é um outro assunto que ainda iremos abordar aqui).

E confesso que já ajudei muitas pessoas, pelo fato de entender a doença e de já ter sentido na pele todo o seu processo, inclusive o da sua cura.

Digo sempre também, que a depressão é um mal necessário. Pelo menos no meu caso, pois depois que fui curada, me tornei com certeza, uma pessoa melhor.

É de enorme importância o carinho e compreensão daqueles que nos rodeia, família, amigos, filhos, esposas e maridos. Paciência, compreensão e carinho ajudam muito no processo de cura. E haja paciência… Pior é para quem a senti pois a sensação de medo, de loucura e morte é amedrontante.

Não posso esquecer de citar também a importância de se apegar a uma religião, seja ela qual for.. uma boa religião é aquela que te faz bem e te convence. Toda religião prega o amor, sendo assim, todas elas são boas.

Na minha opinião, não se cura a depressão sem medicação. Para se ter um diagnóstico fechado, é de grande importância que se procure um bom profissional. A depressão é diferente de uma tristeza … a depressão permanece e é química. Por isso a necessidade de medicação. Uma coisa que eu reparei  e que senti, foi que com a depressão, todos os meus sentidos ficaram aguçados. Foi impressionante essa sensação. A sensibilidade aumenta bastante. É preciso ter paciência, tomar direito a medicação (pelo menos durante um ano e retirando gradativamente, se for o caso). Bom lembrar também, que o efeito da medicação demora de quinze a um mês para começar a fazer o efeito desejado. Os sintomas da depressão são fortes e muito ruins de sentir, além de incontroláveis.

Voltaremos a falar mais sobre esse assunto em breve, com um ótimo profissional da área, o psicólogo Eduardo Biancala… Aguardem… Voces vão adorar…